quarta-feira, 20 de junho de 2012

O que ensinar em educação financeira?



O tema 7 do projeto Dolceta - Literacia Financeira - apresenta-se como um tema muito abrangente associando-se a várias esferas da vida social no que respeita às questões associadas à moeda, ao poder de compra, à gestão de orçamentos pessoais e à tentativa de equilíbrio entre os desejos e a satisfação de necessidades básicas, sem esquecer a importância da poupança e do investimento. Assim, procurou-se apresentar reflexões tão abrangentes quanto o possível, envolvendo...
  • Banca, 
  • Empréstimos a estudantes do ensino superior, 
  • Fazer uma reclamação/um pedido de esclarecimento, 
  • Finança social, 
  • Fundos de investimento, 
  • Fundos de Pensões, 
  • Gestão do orçamento familiar, 
  • Inflação, 
  • Moeda. 
As propostas de atividades as realizar em sala de aula, pretendem analisar várias questões relacionadas com o Consumo, Poupança/Investimento, Contrair empréstimo, e Segurar e proteger o futuro.

1. Porquê a importância de um orçamento familiar e do seu controlo?

 Geralmente, quando alguém, pela primeira vez, é abordado com a ideia de elaborar um orçamento a resposta é sempre a mesma: Como é possível prever o futuro?
Um orçamento é um plano, um mapa onde, num lado, se escrevem os rendimentos e, no outro, as despesas que prevemos para um determinado período. O principal segredo para se criar um bom orçamento passa por fazer previsões de despesas futuras, a partir do que se fez no passado.
Cada indivíduo ou família decide, em cada momento, como dividir o seu rendimento disponível entre consumo e poupança. Designamos por consumo a despesa em bens e serviços com vista à satisfação de necessidades e desejos. Estas podem ser necessidades básicas, como alimentação, vestuário e habitação; ou desejos associados ao consumo de bens de luxo, como férias num país exótico. A poupança é a diferença entre o rendimento disponível e a despesa em bens de consumo, sendo igual à variação da riqueza do indivíduo ou família. A decisão entre consumo e poupança é, em última análise, uma decisão entre consumo no presente e consumo no futuro.
Então, quais são os motivos para me convencer que eu tenho de fazer um orçamento?
  • Pensar sobre o futuro. Analisar quais as minhas expectativas sobre o meu rendimento futuro - quem sabe - talvez constatando que é o momento de começar a pensar em mudar de emprego, ou de estudar algo diferente, ou de confirmar que estou no caminho certo.
  • Pensando no futuro, vou perceber quais serão as minhas despesas. Posso reduzi-las? Posso assumir novos compromissos, para além dos que já tenho?
  • O equilíbrio entre receitas e despesas irá mostrar duas possibilidades: liquidez excedentária ou falta de dinheiro (a que podemos chamar saldo positivo ou saldo negativo). No entanto, tenho de ser muito honesto comigo mesmo: devo levar em conta a forma optimista ou pessimista como tenho vindo a fazer as estimativas do orçamento.
  • Se o meu orçamento mostra saldo positivo a médio prazo, eu posso começar a pensar em como investir. Outra possibilidade será a de aumentar as nossas despesas. No entanto, não me posso esquecer de confirmar primeiro o rendimento auferido e as despesas fixas obrigatórias.
  • Na situação oposta, se as minhas projecções mostram saldo negativo, tenho de pensar em como reduzir as minhas despesas e, se isso não for possível, analisar as diferentes formas de aumentar o rendimento.

2. Como fazer um orçamento?

No momento em que estivermos diante de um papel ou de um plano para fazer um orçamento, muitas dúvidas irão surgir. Para que o orçamento de cada pessoa ou família tenha efeito prático, é necessário seguir algumas dicas:
  • Estimar cuidadosamente o rendimento. Infelizmente, muitas vezes, este lado do orçamento, não conseguimos controlar totalmente. Circunstâncias pessoais, crise económica, etc, podem afectar o rendimento final.
  • Ter a certeza que não foram esquecidas algumas despesas importantes. Rever saldos das contas bancárias para ter a certeza que os principais itens estão incluídos. As decisões terão maior impacto sobre as despesas, que são geralmente mais fáceis de gerir, especialmente obrigações de curto prazo (se tivermos uma hipoteca a 30 anos a nossa capacidade de gerir é próxima de zero).
  • A elaboração do orçamento é muito importante para prever quando se produz um rendimento e quando se faz uma despesa. Mas não é suficiente. Além disso, é necessário pensar no fluxo de caixa - o timing é importante. As datas de recebimento e de consumo podem estar desfasadas no tempo. Normalmente há um intervalo de tempo entre esses momentos. É preciso certificarmo-nos que esta lacuna é levada em conta.
  • Considerar quais os aspectos que podem afectar o orçamento. Quais são as ameaças e oportunidades ao nosso redor. Pensar sobre medidas alternativas se surgirem mudanças importantes. Por outras palavras, preparar um plano B.

3. Como avaliar e controlar o orçamento?

É importante a elaboração de um orçamento como é importante controlá-lo. O processo orçamentário não termina no momento em que o fazemos. É um processo contínuo que deverá permitir-nos ter a informação certa, a fim de tomar as decisões correctas sobre as nossas finanças.
A recomendação é que a vigilância seja feita mensalmente: com maior periodicidade, provavelmente, o trabalho envolvido não compensa a informação obtida; com menor periodicidade pode permitir o desenvolvimento de uma má situação financeira, talvez até difícil de resolver.
Devemos comparar o nosso orçamento com os valores reais, verificação das receitas e despesas. A nossa tarefa não é apenas para calcular as diferenças. As tarefas mais importantes são:
  • Analisar as razões por trás das diferenças entre o que nós estimámos e o que aconteceu. Seria um mau orçamento? Será que tinhamos a informação certa? Escapou-nos alguma despesa ou uma informação-chave a considerar no nosso orçamento? Alguma coisa mudou nos últimos meses?
  • Devemos aprender com este acompanhamento. Não necessariamente mensais, mas periodicamente, devemos actualizar o orçamento com base nessa aprendizagem, tornando mais claro, objectivo e realista o nosso orçamento. Fazendo isso, vamos conseguir gerir as nossas finanças muito melhor. Não há dúvidas sobre isso.

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Autoria Equipa DOLCETA






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